Saiba reconhecer os principais sinais e sintomas da ansiedade — e qual o tratamento para controlá-la.
Tópicos abordados neste texto:
Quando a ansiedade é prejudicial
Efeitos da ansiedade excessiva
11 principais sintomas da ansiedade
Ainda que você passe bem longe da ansiedade em seus dias típicos, é fato: você já a experimentou.
Antes de provas importantes, apresentações de ideias em público, estreia em uma nova ocupação ou início de relacionamento, lá estava ela.
Por isso se fala tanto que a ansiedade é uma sensação normal — afinal, ela naturalmente se manifesta quando passamos por algum tipo de estresse ou medo.
E isso é útil.
Pois significa uma resposta a ameaças. Significa que estamos atentos aos desafios. Significa instinto de sobrevivência.
Mas você vai concordar que, nesses casos, a ansiedade é passageira.
E, mesmo que considerada intensa, não é incontrolável.
Você consegue relaxar e se sentir bem depois do momento de aflição.
Então, quando a ansiedade é prejudicial?
A ansiedade se torna um problema de saúde quando as sensações de angústia não mais se limitam a momentos específicos e passam a ditar o humor diário.
Ela se desenvolve aos poucos, se alimentando do acúmulo de estresses cotidianos mal resolvidos.
E vai deixando sinais, no corpo e no comportamento, que se intensificam conforme novos estímulos (interpretados como negativos) são experimentados.
É possível que, justamente por considerar a ansiedade uma reação normal, você não esteja percebendo que é ela a responsável pelo mal-estar crônico que você vem enfrentando.
Muitas condições de saúde física, inclusive, são consequências da ansiedade.
Um exemplo? Bruxismo.
Não importa seu empenho em tratamentos ortodônticos. Se as causas do transtorno estiverem relacionadas à ansiedade, você continuará apertando e rangendo os dentes.
Fatos sobre a ansiedade
- A ansiedade pode ser uma causa (ou gatilho) da depressão.
- Os distúrbios de ansiedade são os transtornos mentais mais comuns e afetam quase 30% dos adultos em algum momento de suas vidas.
- Aproximadamente 8% das crianças e adolescentes sofrem de algum transtorno de ansiedade.
- A ansiedade crônica aumenta os riscos de vários problemas de saúde.
- As mulheres são mais propensas que os homens a ter transtornos de ansiedade.
A ansiedade pode ser tão debilitante quanto a depressão, prejudicando (e muito!) a saúde, o desempenho profissional, os relacionamentos e a vida social.
Efeitos da ansiedade excessiva
- Pressão alta.
- Maior risco de doenças cardíacas.
- Problemas digestivos (dores de estômago, prisão de ventre, náuseas, diarréia, etc.).
- Alterações no apetite.
- Enfraquecimento do sistema imunológico (vulnerabilidade a doenças e infecções virais).
- Dores de cabeça frequentes.
- Insônia.
- Depressão.
- Ataques de pânico.
Quando vivemos momentos de ansiedade, nosso corpo se comporta de uma forma específica.
Ocorrem alterações em nosso ritmo cardíaco, respiração, músculos e na química do cérebro.
Tudo volta ao normal após esses episódios — desde que eles sejam superados.
Mas e quando a ansiedade se torna um estado contínuo?
Aí o equilíbrio não se restaura. E nossa saúde (física e mental) sofre as consequências.
Para evitar que a ansiedade cause problemas (como os listados acima), é importante ficar atento aos sinais de sua presença excessiva.
11 principais sintomas da ansiedade
Qual a solução para a ansiedade?
O primeiro passo é aprender a identificar os indícios da ansiedade — que aparecem tanto no funcionamento do corpo quanto em pensamentos e hábitos.
Para ajudar você a perceber quais são esses sinais, confira a lista a seguir.
Avalie o nível de frequência das situações em seu cotidiano.
Procure responder as perguntas indicadas em cada ponto, a fim de perceber a intensidade e regularidade de cada sintoma:
1. Preocupação excessiva
Suas preocupações são desproporcionais aos eventos desencadeantes?
Coisas banais ganham uma importância exagerada e ocupam sua mente por longo tempo?
Os pensamentos sobre a circunstância preocupante se tornam intrusivos e cada vez mais negativos/catastróficos em termos de perspectivas?
2. Insônia
Você tem dificuldade para pegar no sono?
Tem um sono muito agitado, com pesadelos?
Acorda várias vezes durante à noite?
Acorda cansado no dia seguinte?
3. Dificuldade de concentração
Você tem dificuldade de lembrar de coisas que acabou de ver?
Se pega desatento durante conversas?
4. Agitação e inquietação
Você nota tremores nas mãos?
Percebe respiração e/ou batimentos cardíacos acelerados?
Fica se movendo (ou movendo determinadas partes do corpo) em ocasiões que o intimidam?
5. Problemas para tomar decisões
Seu raciocínio fica embaralhado?
Fica sem ação ou emudecido quando deveria expressar suas ideias e emoções?
Demora a encontrar respostas adequadas ou acaba agindo de forma impulsiva?
6. Irritabilidade
Você é dado a explosões de raiva?
Mágoa, sem querer, pessoas que tentam conversar com você para ajudá-lo?
É impaciente com esperas?
7. Fadiga
Você se sente exausto logo no início do dia?
Não encontra motivação ou disposição para tarefas cotidianas?
Percebe que sua energia está cada vez mais baixa?
8. Comportamentos compulsivos
Você busca alívio de sensações de vazio, tédio e desconforto em distrações que se tornam nocivas?
Se percebe viciado em alguma válvula de escape — comida, internet, jogos, drogas (lícitas ou ilícitas), compras… — para obter alguma tranquilidade?
9. Tensão muscular
Você observa que seu corpo apresenta movimentos muito rígidos?
Seu alongamento é mínimo?
Sente dores crônicas, sensação de peso na região da coluna ou em determinados membros do corpo?
Tem bruxismo, cãibras ou espasmos noturnos?
10. Lapsos de memória
Esquece coisas importantes que aconteceram durante o dia?
É descrito como desatento por pessoas que convivem com você?
Precisa conferir várias vezes se realmente fez o que deveria?
11. Evitação
Você se esquiva de situações banais por imaginar que representam uma ameaça ao seu bem-estar?
Você sente medo paralisante ou impulsos de fuga quando precisa enfrentar essas situações?
Quando procurar ajuda
Se você respondeu “sim” ou “com frequência” a diferentes perguntas dos tópicos acima, converse com um profissional de saúde mental.
Os sintomas podem ser indícios de algum transtorno de ansiedade.
Causas da ansiedade
As causas exatas dos transtornos de ansiedade são motivos de pesquisa, pois uma resposta definitiva ainda não foi encontrada.
No entanto, as seguintes hipóteses costumam ser pontuadas:
- herança genética;
- estresse excessivo;
- traumas de infância ou do passado;
- efeito colateral de medicamentos;
- abuso de substâncias (álcool, drogas, nicotina e cafeína);
- desequilíbrio na produção de neurotransmissores (em especial a serotonina);
- problemas de saúde física (tais como hipertireoidismo e anormalidades cardíacas);
- presença de outras condições de saúde mental (depressão, bipolaridade e autismo, por exemplo).
Leia também: Qual a diferença entre síndrome do pânico e ansiedade?
Tratamentos para a ansiedade
A indicação de tratamento para a ansiedade irá depender do quadro específico do paciente.
Geralmente, em casos mais graves — ou que necessitem de gerenciamento rápido — medicamentos (antidepressivos que tratam a ansiedade) são prescritos por um médico.
O encontro da medicação adequada pode levar um tempo.
Logo, é fundamental relatar ao médico qualquer efeito colateral dos psicofármacos e manter a posologia sugerida (sem aumentar ou diminuir doses por conta própria) até obter instruções do profissional.
Porém, os medicamentos são apenas parte do tratamento para ansiedade.
A psicoterapia é fortemente recomendada para complementar os cuidados com a condição.
Por que a terapia é indicada para o controle da ansiedade?
A terapia vai além do medicamento — que pode promover o bem-estar físico e minimizar sintomas da ansiedade, mas não chega às origens do problema.
Se as causas da ansiedade forem de ordem psicológica (ou seja, não resultante de um problema de saúde física), nenhum remédio resolverá os gatilhos do transtorno.
Assim, o tratamento que se destaca no controle da ansiedade é a terapia cognitivo comportamental (TCC).
Essa abordagem psicoterapêutica avalia 3 elementos básicos de nosso desempenho diário: pensamentos, emoções e comportamentos. Identifica conexões entre eles, ensinando técnicas para modificar padrões disfuncionais.
O princípio da terapia cognitivo comportamental é que são os nossos pensamentos que determinam a forma como reagimos às situações.
Ou seja, não é a situação em si que causa medo ou nervosismo. Mas sim a forma como a enxergamos. E isso depende de nossas crenças, cultura e raciocínios adquiridos com a experiência.
Logo, a TCC irá tratar o problema buscando os pensamentos limitantes e negativos que geram a ansiedade, apresentando estratégias objetivas para alterá-los.
A ideia é que, ao modificar o modo como pensamos, obtemos resultados na forma como nos sentimos e nos comportamos.
Leia também: Como os pais podem ajudar na ansiedade dos filhos
Outras informações sobre terapia cognitivo comportamental para ansiedade
Se você tem dúvidas sobre a terapia comportamental para ansiedade, fique à vontade para escrevê-las no campo dos comentários, ao final deste texto.
Se preferir, pode entrar em contato com a psicóloga Luana Nodari por meio do formulário do site e apresentar suas perguntas ou agendar uma consulta.
Luana Nodari
Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356