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Como a Terapia Cognitivo Comportamental pode ajudar no tratamento da depressão

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O objetivo da Terapia Cognitivo Comportamental é alterar o sistema de crenças dos pacientes, assim modificando suas emoções e comportamentos em relação às situações.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 5,8% dos brasileiros (cerca de 12 milhões de pessoas) sofrem de depressão. Isso deixa o país como líder na América Latina e em segundo lugar das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos.

As estimativas apontam que entre 20% e 25% da população teve, tem ou terá depressão, sendo essa a doença psiquiátrica com maior prevalência no Brasil.

Para combatê-la, associado a outras iniciativas, está a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) — uma das abordagens mais eficientes para ajudar no quadro depressivo, comprovada por diferentes estudos científicos.

Quer saber como a TCC pode combater a depressão? Continue a leitura e entenda como funciona esse tipo de abordagem.


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O que é Terapia Cognitivo Comportamental?

Dentro da Psicologia, existem diversos tipos de abordagens terapêuticas. Podemos citar, por exemplo, entre a Psicologia Analítica ou Junguiana, a Psicanálise Lacaniana, a Psicanálise Freudiana, a Psicanálise Analítico-Comportamental, Gestalt, Psicodrama e a Terapia Cognitivo Comportamental.

Essa última, também chamada de TCC, foi fundada no início dos anos 1960 por Aaron Beck — neurologista e psiquiatra norte-americano.

O principal objetivo da TCC é alterar os sistemas de significados — ou sistema de crenças — dos pacientes para, então, buscar modificar suas emoções e comportamentos com relação às situações.

“A terapia cognitiva procura aliviar as tensões psicológicas corrigindo equívocos. Ao corrigir crenças errôneas, podemos acabar com as reações exageradas.” — Aaron Beck

Esse tipo de terapia busca entender como o indivíduo interpreta os acontecimentos que os afeta e não os acontecimentos propriamente ditos.

Ou seja, a Terapia Cognitivo Comportamental entende que é nosso sistema de crenças que determina a resposta que damos às ocorrências da vida. Tais crenças, por sua vez, acabam, muitas vezes, resultando nos chamados pensamentos automáticos (normalmente associados a pensamentos negativos) que podem invadir e dominar a mente da pessoa.

O psicólogo Seth J. Gillihan, autor do livro Terapia Cognitivo-Comportamental: estratégias para lidar com ansiedade, depressão, raiva, pânico e preocupação, explica:

“… os pensamentos têm um poder incrível. Nosso humor durante um dia inteiro pode depender de como interpretamos uma única decepção. 
Os pensamentos também podem ter um efeito profundo em nosso comportamento, afetando se perdoamos ou retaliamos, nos engajamos ou recuamos, perseveramos ou desistimos. 
Não importa com o que você esteja lutando, é provável que seus pensamentos estejam desempenhado um papel, causando sua angústia ou a prolongando.”


Leia também: Como a psicologia positiva e a terapia cognitivo comportamental podem trabalhar juntas para o bem-estar das pessoas

Sintomas comuns da depressão

Quem tem depressão apresenta emoções extremamente negativas e pensamentos disfuncionais, normalmente acompanhados pelos seguintes quadros:

  • falta de energia ou interesse;
  • apatia;
  • baixa autoestima;
  • dificuldade de concentração;
  • alterações do apetite e do sono;
  • sentimento de pesar ou fracasso;
  • irritabilidade ou impaciência;
  • inquietação;
  • sensação de falta de sentido na vida;
  • cansaço excessivo;
  • vitimismo;
  • automutilação;
  • pensamentos negativos persistentes;
  • perda de peso e apetite;
  • insônia;
  • isolamento social;
  • perda do desejo sexual;
  • abuso de substâncias;
  • pensamentos suicidas.
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“A terapia cognitiva procura aliviar as tensões psicológicas corrigindo equívocos. Ao corrigir crenças errôneas, podemos acabar com as reações exageradas.” — Aaron Beck

TCC e depressão: tríade cognitiva e distorções cognitivas

Em artigo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria — intitulado Terapia cognitivo-comportamental da depressão — os autores explicam, de forma resumida, como Aaron Beck propôs o entendimento da depressão:

“O modelo cognitivo de Beck para a depressão pressupõe dois elementos básicos: a tríade cognitiva e as distorções cognitivas.
A tríade cognitiva consiste na [1] visão negativa de si mesmo, na qual a pessoa tende a ver-se como inadequada ou inapta (por exemplo: ‘Sou uma pessoa chata’, ‘Sou desinteressante’, ‘Sou muito triste para gostarem de mim’); na [2] visão negativa do mundo, incluindo relações, trabalho e atividades (por exemplo: ‘As pessoas não apreciam meu trabalho’), e na [3] visão negativa do futuro, o que parece estar cognitivamente vinculado ao grau de desesperança. Os pensamentos mais típicos e expressões verbais sobre a visão negativa do futuro incluem: ‘As coisas nunca vão melhorar’, ‘Nunca vou servir para nada’ ou ‘Nunca serei feliz’…
As distorções cognitivas, compreendidas como erros sistemáticos na percepção e no processamento de informações, ocupam lugar central na depressão.
As pessoas com depressão tendem a estruturar suas experiências de forma absolutista e inflexível, o que resulta em erros de interpretação quanto ao desempenho pessoal e ao julgamento das situações externas.”
— Vania Bitencourt Powell, Neander Abreu, Irismar Reis de Oliveira e Donna Sudak.

Ou seja, segundo o viés da TCC, a depressão está essencialmente relacionada à visão pessimista de si mesmo, do mundo e do futuro (tríade cognitiva), bem como a padrões de pensamentos equivocados (chamados de distorções cognitivas) que são continuamente usados para avaliar as experiências do dia a dia.

O papel do psicólogo é, justamente, trabalhar tais distorções e percepções negativas que, por sua vez, afetam profundamente a qualidade de vida do paciente.


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Como funciona a TCC no combate a depressão?

A Terapia Cognitivo Comportamental tem uma abordagem bem clara, direta e específica.

Sua metodologia estimula o aprendizado, por parte do paciente, a respeito da condição de saúde mental que ele vivencia.

Para tanto, há bastante ênfase no entendimento do modo como a mente “funciona”, buscando descobrir os gatilhos que impedem o paciente de encontrar o equilíbrio interno e promover mudanças nas emoções e comportamentos.

A TCC também propõe que, ao ressignificar os pensamentos automáticos e as crenças disfuncionais, é possível promover diversas mudanças positivas.

“Muitas vezes, os pensamentos automáticos superestimam as ameaças e subestimam nossa capacidade de lidar com problemas. Às vezes, eles ficam distorcidos, mas continuamos a aceitá-los como verdadeiros. 
Esses pensamentos são o resultado de crenças disfuncionais sobre nós mesmos, os outros e o mundo, e podem ser exagerados pela depressão ou ansiedade. 
Esses pensamentos podem ser identificados, desafiados e substituídos por pensamentos mais razoáveis.”* 
― Lawrence Wallace, Terapia Cognitivo-Comportamental: 7 maneiras de se libertar da ansiedade, depressão e pensamentos intrusivos (Cognitive Behavioural Therapy: 7 ways to freedom from anxiety, depression, and intrusive Thoughts — livro ainda sem edição brasileira).

A terapia irá ajudar a solucionar os problemas imediatos do paciente. Mas, além disso, também irá fornecer um novo conjunto de técnicas e estratégias a fim de capacitá-lo a processar e responder as ocorrências de forma mais equilibrada.

Ou seja, durante as sessões de TCC, o psicólogo ajuda o paciente a identificar sentimentos, pensamentos e padrões de comportamento para, diante deles, ajudá-lo a encontrar pensamentos alternativos, mais funcionais, que possibilitem uma boa adaptação à sua realidade social.

Com o tempo, a ideia é que o paciente adquira autonomia e possa lidar com as questões por conta própria. Essa é a reestruturação cognitiva e comportamental, que dá nome à abordagem.


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Desconstruindo padrões para a cura

Olhar para cada situação com uma percepção mais profunda e complexa torna possível enxergar os padrões de percepção enraizados em cada pessoa. A solução é desconstruí-los para gerar maior flexibilidade ao comportamento.

Pensamento, emoção e comportamento em equilíbrio garantem uma forma consciente de agir do paciente, com menos prejuízos e menos padrões negativos.

Por isso, a Terapia Cognitivo Comportamental é uma das abordagens mais eficientes para o tratamento da depressão, associado a outras frentes, como medicação, exercícios físicos e meditação.

Quer saber mais sobre o tratamento da depressão com o auxílio da TCC? Entre em contato conosco e saiba mais, além de continuar navegando no blog, para se manter atualizado sobre o assunto.

terapia para depressão
A TCC é uma das formas de tratamento mais indicadas para depressão, sendo a terapia mais estudada (e com maior embasamento científico) da atualidade.

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psicóloga Vila Mariana Luana Nodari

Luana Nodari

Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356

* Tradução nossa.

Artigo atualizado em 25 de janeiro de 2022.


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Sobre a Luana

Luana Nodari é Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Compotrtamental (TCC) pela PUC e especialista em Neuropsicologia pelo IPqHC da USP. 
Possui outras formações em áreas da Psicologia e Neuropsicologia em universidades nacionais e internacionais. 

Atualmente, faz atendimentos particulares em sua clínica no bairro da Vila Mariana em São Paulo/SP, nas modalidades presencial e online | CRP 06/112356.