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Como lidar com a rejeição

como lidar com a rejeição
“Todos em algum momento da vida enfrentaram rejeição e fracasso, é parte do processo de autorrealização.” — Lailah Gifty Akita

O encontro com a rejeição é inevitável.

Não há um caminho seguro, capaz de nos manter isentos desse tipo de experiência.

Uma frase de Yoko Ono — publicada, recentemente, em seu twitter — oferece uma perspectiva sobre o assunto:

“A porta não abre com a primeira batida. Seja paciente”.

Ou seja, não é porque você está decidido a entrar que haverá, do outro lado, alguém pronto a te receber.

É necessário aceitar recusas, ausências, demoras. E endereços errados.

Mais do que paciência, você precisa ter resiliência.

Porque os “nãos” virão.

O ponto fundamental, portanto, não é buscar o controle sobre as respostas. Mas, sim, administrar suas reações a elas.

E isso podemos mudar. Podemos aprender a lidar com a rejeição de modo mais saudável. Aprender a tirar o poder da dor. Evitar sentimentos autodepreciativos e pensamentos negativos inúteis.

Como?

Neste post, sugerimos algumas respostas.

Confira, a seguir, 7 estratégias que o ajudarão a encarar a rejeição com mais serenidade e leveza.

1. Seja realista sobre as chances de rejeição

Nem de longe isso significa ser pessimista.

A questão é priorizar a sensatez.

Vamos imaginar a seguinte situação: você está em busca de emprego.

Encontra vagas que parecem adequadas ao seu perfil e se candidata.

Porém, para sua decepção, não recebe respostas.

Você esperava, ao menos, ser chamado para etapa de entrevistas!

O que há de errado?

Muitos são os fatores que poderiam justificar o “vácuo”. Mas vamos começar pelo básico.

Quando uma empresa anuncia uma vaga, ela recebe inúmeros currículos. Geralmente, boa parte desses nem mesmo é visualizada.

A porcentagem de pessoas que recebe resposta à candidatura é ínfima.

Tenha em mente que a maioria dos processos seletivos conta com dois complicadores: urgência na contratação e ausência de recursos tecnológicos (automação), que permitiriam uma triagem mais apurada.

Ser realista, portanto, significa estar ciente do contexto de suas tentativas. Analisar probabilidades, circunstâncias e dificuldades inerentes ao objetivo.

A rejeição tem menor impacto quando não idealizamos resultados. E isso, obviamente, não se aplica apenas ao âmbito profissional…


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2. Não concentre suas energias numa única situação

Dedique-se ao seu trabalho, mas não esqueça de seu relacionamento. Viva o amor, mas não abandone seus amigos. Cultive suas amizades, mas não negligencie seus hobbies.

Enfim, você captou a ideia.

Não deixe que sua felicidade seja refém de um único aspecto de sua vida. Isso é injusto com as pessoas envolvidas e com você!

O peso de uma rejeição pode se tornar insustentável quando ficamos cegos a outras alegrias e perspectivas.

Para manter o equilíbrio, seja intenso — mas seja plural.

“Uma rejeição clara é sempre melhor do que uma promessa falsa.”
— Zig Ziglar

3. Silencie seu crítico interior

Nas horas difíceis, trate-se com compaixão e carinho. Seja seu melhor amigo.

Busque um diálogo interno gentil e positivo.

Vá para a frente do espelho, encare-se nos olhos e empodere-se!

Não permita que uma rejeição o defina.

“Não precisamos interpretar a rejeição como um reflexo de nosso valor próprio. Se alguém que é importante (ou mesmo alguém sem importância) para você rejeitar você ou suas escolhas, você ainda é real e ainda vale tanto quanto valeria se não tivesse sido rejeitado. Sinta quaisquer sentimentos que acompanham a rejeição; fale sobre seus pensamentos; mas não perca sua autoestima pela desaprovação ou rejeição de quem você é ou pelo que fez. Mesmo que a pessoa mais importante em seu mundo o rejeite, você ainda é real e está bem. Se você fez algo impróprio ou precisa resolver um problema ou mudar um comportamento, tome as medidas adequadas para cuidar de si mesmo. Mas não se rejeite e não dê tanto poder à rejeição que outras pessoas possam manifestar sobre você.” — Melody Beattie


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4. Aprenda com a experiência

como lidar com rejeição social
“A maioria dos medos de rejeição baseia-se no desejo de aprovação de outras pessoas. Não baseie sua autoestima nas opiniões deles.” — Harvey Mackay

Seja honesto consigo mesmo e reflita sobre o que aconteceu.

A autoanálise, sensata — diferente da autocrítica depreciativa — é essencial ao amadurecimento.

Ajustes de comportamento são bem-vindos! Do contrário, círculos viciosos podem se instaurar, conduzindo aos mesmos resultados desastrosos.

Digamos, por exemplo, que você conheceu uma pessoa, pela qual ficou interessado. Vocês marcaram um encontro, conversaram e, depois, ela sumiu.

Você não tem como saber o que, exatamente, houve de errado.

Contudo, pode avaliar sua postura e escolha de assuntos.

Você ficou mexendo no celular enquanto conversava com a pessoa? Passou meia hora falando mal do seu ex? Anulou sua personalidade e apenas concordou com todas as opiniões que ouviu?

Se você conseguir perceber onde pecou, evitará o mesmo deslize em outras oportunidades.

Quem sabe, pode até conseguir uma segunda chance, se usar o bom humor e admitir sua ansiedade. Nem toda rejeição é definitiva!

“Estou convencido de que a vida é 10% o que acontece comigo e 90% como eu reajo a isso.”
— Charles Swindoll

5. Saiba que nem tudo é sobre você

Não leve a rejeição para o lado pessoal.

Então, resista à tentação de se colocar como protagonista das histórias de fracasso.

Claro, quando você consegue perceber que “pisou na bola”, é construtivo admitir.

Porém, sua performance não pode ser o único elemento que você tem a considerar.

Vamos voltar ao exemplo anterior e pensar nos motivos de uma rejeição amorosa.

Ora, o que se passa na cabeça da outra pessoa é algo que você não tem como adivinhar!

É possível que ela ainda não esteja preparada para embarcar numa nova relação. Talvez, esteja envolvida com outra pessoa. Ou, apesar de sentir atração por você, prefira explorar outras possibilidades.

Na verdade, as hipóteses são infinitas!

O real motivo pode estar onde você menos suspeita.

“Não leve a rejeição para o lado pessoal, mas analise se for pertinente, faça alterações se forem necessárias e siga em frente.”
— Sherry Lansing

6. Não romantize o que não deu certo

Esqueça suas lentes cor-de-rosa na gaveta!

É fácil idealizar situações, quando elas não são concretas.

Aquele emprego que você não obteve — ou do qual foi demitido —, de repente, soa perfeito. O relacionamento que acabou, parece um sonho.

O cérebro é traiçoeiro. Edita as informações. Deixa a imaginação criar “verdades”.

Lidar com a rejeição é bem mais complicado quando a dor que precisamos superar tem origem numa ilusão.

Então, tenha cuidado com sua escolha de memórias.

Às vezes, fazer um pequeno esforço para lembrar de coisas ruins é saudável.

Não se trata de “enfeiar” sua história. Mas de se libertar dela.

7. Converse sobre o assunto

Tentar sufocar a dor não acelera o processo de superação.

Você precisa de um tempo para assimilar o que viveu, compreender seus sentimentos e recuperar o ânimo.

Contar sua experiência a alguém irá ajudá-lo a “exorcizar” a rejeição.

No desabafo, você organiza as ideias, nomeia as sensações ruins, define o incômodo.

Além disso, quem lhe escuta pode contribuir para que você perceba a situação por novos ângulos.

“A rejeição — e o medo da rejeição — é o maior obstáculo que enfrentamos para escolher a nós mesmos.
— James Altucher

Pode ser mais complicado lidar com a rejeição, quando você sofre de depressão ou ansiedade.

Lembre que você pode procurar um psicólogo, para obter apoio e desenvolver outras estratégias de resiliência.


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psicóloga Vila Mariana Luana Nodari

Luana Nodari

Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356


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Sobre a Luana

Luana Nodari é Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Compotrtamental (TCC) pela PUC e especialista em Neuropsicologia pelo IPqHC da USP. 
Possui outras formações em áreas da Psicologia e Neuropsicologia em universidades nacionais e internacionais. 

Atualmente, faz atendimentos particulares em sua clínica no bairro da Vila Mariana em São Paulo/SP, nas modalidades presencial e online | CRP 06/112356.