Este texto é para você, que precisa descobrir como parar de se preocupar com os outros. Com as opiniões que você imagina que eles tenham. Ou com os julgamentos que são capazes de fazer.
É para você, que perde o sono pensando em tudo que precisa resolver.
Também é para você que, quase sem querer, cultiva o péssimo hábito de tentar estar preparado para tudo. Principalmente, claro, para o pior.
Se alguma dessas situações te descreve, leia (e releia) as 7 dicas abaixo.
Elas não propõem nenhuma fórmula mágica.
Mas vão te mostrar como parar de se preocupar é possível, desde que você aceite substituir o excesso de tensão por um pouco de ação.
Dica #1: Dê uma boa olhada no significado de preocupação
Você usa a palavra. Mas já se deu conta do que significa e o que é preocupação, de fato?
Bem, algumas definições de dicionários podem abrir sua mente:
- Segundo o Michaelis, preocupação é uma “ideia preconcebida; opinião desfavorável que se expressa antecipadamente”.
- Na Wikipédia, consta que “a preocupação (do termo latino praeoccupatione) é uma ideia antecipada que gera sofrimento”.
- Já o dicionário do Google (vinculado à Oxford Languages) propõe definições como “prevenção, opinião antecipada, ou a primeira impressão que uma coisa fez no ânimo de alguém” e “pensamento dominante, que se sobrepõe a qualquer outro”.
Em resumo: se preocupar é transformar o presente numa sala de projeção de futuros perturbadores.
Agora, pergunte-se: de que forma gastar seu tempo (e energia) nessa tortura pode ser realmente útil?
Dica #2: Responda estas duas perguntas:
1. Posso diminuir minha preocupação fazendo alguma coisa agora?
Se você conseguir apresentar ao menos 1 motivo (perfeitamente razoável) para gastar seu tempo e energia com imaginações terríveis, ao menos tenha certeza de que esse motivo diga respeito a algo que você possa controlar.
Não consegue pensar em nenhuma solução prática? Não há nada que você possa efetivamente fazer para contornar a situação?
Então, admita: sua preocupação não passa de uma autopunição desnecessária.
Agora, se você consegue pensar em algo que esteja em suas mãos realizar, não fique procrastinando!
Vá em frente e faça o que estiver a seu alcance. Mesmo que seja uma coisa mínima. Isso vai te ajudar a aquietar sua mente.
2. Como parar de me preocupar vai me beneficiar?
Quando uma pessoa decide que está na hora de descobrir como parar de se preocupar, é porque já percebeu que a ruminação está afetando seu bem-estar. Sua produtividade. Seu bom humor.
Portanto, tenha suas razões em vista.
São elas que vão validar seus esforços sempre que precisar confrontar preocupações excessivas.
O vício de pensar demais pode ser bem difícil de afugentar, caso você não defina, claramente, o que tem a ganhar ao combatê-lo.
Dica #3: Dirija a sua imaginação
Se você tem facilidade para elaborar hipóteses catastróficas, é porque a criatividade é seu ponto forte.
Que tal usá-la para imaginar cenários mais favoráveis?
Ora, a imaginação é sua!
Ela obedece aos seus comandos.
Sendo assim, decida conduzir seu raciocínio para uma previsão mais otimista — e, de quebra, provavelmente mais realista.
Dica #4: Descarte objetos
Livre-se dos excessos.
Pratique algumas estratégias de minimalismo.
O acúmulo de coisas ocupa, também, muito espaço em sua cabeça!
Afinal, tudo o que você tem exige cuidado, manutenção… Logo, representam fontes de preocupação.
Você vai se surpreender ao ver o quanto se desapegar de objetos inúteis te deixará mais leve.
Acredite, será um ótimo ensinamento sobre como parar de se preocupar com bobagens.
Além de liberar espaço (e tempo) para o que realmente vale a pena.
Dica #5: Passe mais tempo offline
Obviamente, o bombardeio de informações que consumimos, diariamente, afeta nossos níveis de ansiedade.
Comparamos nossas vidas com aquelas que vemos nas redes sociais.
Não raro, usamos as imagens e “recados” das mídias como um parâmetro para alimentarmos nossa autocrítica.
São ideais de sucesso, beleza, saúde e produtividade que parecem minimizar nossas conquistas!
Além disso, tanto a internet quanto a televisão têm o poder de nos distrair do presente.
Passamos horas rolando um feed. Assistindo a vídeos. Buscando nos manter atualizados sobre tudo — com medo de ficar de fora de algum assunto.
Realmente, não há como parar de se preocupar quando tudo soa urgente, importante, imperdível.
Calma!
Respire.
Tire seus olhos da tela.
Diminuindo o tempo que você passa como espectador você ganhará horas valiosas como protagonista de seu dia.
Faça o teste!
Leia também: Nomofobia: quais os sintomas da dependência digital
Dica #6: Cultive um lazer mental
Ao contrário das distrações improdutivas, adotar um hobby é ótimo tônico para sua saúde mental.
Passatempos que incluem atividades físicas — como a prática de esportes de equipe, caminhadas ao ar livre ou simplesmente, dançar na sala de casa — são métodos infalíveis para afugentar o excesso de preocupações.
Mas você também pode apostar em revistas de palavras cruzadas, trabalhos manuais, cursos de idiomas…
Enfim, opções não faltam.
Proponha-se encontrar o seu antídoto ideal para o estresse.
Dica #7: Dê voz às suas preocupações
Enquanto suas preocupações ficarem apenas rondando seus pensamentos, sem encontrar uma forma de “vazão”, elas irão te perseguir.
Escreva uma lista com tudo o que te preocupa. Isso vai te ajudar a enxergar o que é irrelevante. E o que pode ser administrado.
Também vale desabafar com um amigo. Expressar suas angústias deixará seu raciocínio mais nítido. E, claro, com uma boa conversa, você pode acordar para soluções que não havia considerado.
Sessões de terapia são outra sugestão.
É possível, por exemplo, aprender técnicas de terapia cognitivo comportamental.
Tais técnicas são voltadas à resolução de problemas e visam o encontro de alternativas frente aos comportamentos improdutivos.
Dica extra: Confira o livro Como parar de se preocupar e começar a viver
A obra clássica de Dale Carnegie é uma leitura agradável, descomplicada e repleta de exercícios práticos.
As considerações de Carnegie são bastante básicas, é verdade.
Talvez soem como um clichê, em certos casos.
Mas, vamos ser sinceros: os clichês costumam guardar sabedorias. Afinal, se as ideias se repetem, é porque muitos testemunham sua validade.
No blog Minha Vida Literária você encontra uma resenha do livro “Como parar de se preocupar e começar a viver”. Dê uma espiadinha lá, caso esteja na dúvida se a leitura pode te ajudar!
Luana Nodari é Psicóloga e Neuropsicóloga
Atende em sua clínica na Vila Mariana / SP, adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356