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Crises de ciúme? Entenda quando é necessário procurar ajuda

crises de ciúme: saiba se pode ser um sinal de doença
 As crises de ciúme atingem homens e mulheres na mesma proporção. A diferença é que as mulheres costumam expor mais seus sentimentos.

Uma emoção humana comum, passível de acontecer com todos e que frequentemente está associada com insegurança e medo. Sim, estamos falando das crises de ciúme, um conjunto de sentimentos que vem à tona quando algo ameaça a estabilidade ou a qualidade de um relacionamento muito importante, seja ele amoroso ou fraternal.

O ciúme normal é transitório e geralmente surge baseado em acontecimentos reais. No entanto, o ciúme patológico, ou o sentimento de possessividade excessivo, é um medo incontrolável, que domina os pensamentos do ciumento e compromete seus afazeres diários e serenidade.

Quer entender melhor como se caracteriza um quadro de ciúme patológico? Então continue a leitura e se aprofunde no assunto.

Saiba mais: O que é carência afetiva e como lidar com ela

Ciúme patológico: saiba identificar as principais características

crises de ciúme afetam o relacionamento
O ciúme não torna o relacionamento mais forte, pelo contrário:
ele o envenena aos poucos.

No caso do ciúme patológico, a outra pessoa é vista como posse do ciumento. Isso quer dizer que ela não consegue ter individualidade e liberdade, o que torna o relacionamento tóxico, destrutivo e muitas vezes insustentável.

A pessoa com ciúme patológico irá manifestar desconfiança o tempo todo, pois ela tem certeza de que está sendo traída, mesmo que nunca tenha tido motivos ou provas concretas para acreditar nisso. Até mesmo o sentimento de ciúmes por algo que aconteceu no passado, quando ainda nem havia um relacionamento entre vocês.

Leia também: Brigas conjugais: 5 principais causas — e como evitá-las

Os ciúmes excessivo geram muitas dúvidas

Faz parte também do quadro nas crises de ciúme a verificação compulsória das dúvidas:

  • Onde a outra pessoa está;
  • Com quem está;
  • Sobre o que conversaram;
  • Abrir correspondência;
  • Checar fatura do cartão;
  • Ler mensagens no celular;
  • Examinar bolsa;
  • Seguir o companheiro;
  • Contratar detetive;
  • Verificar a quilometragem do carro;
  • Cheirar as roupas.

Tudo isto como tentativa de aliviar os sentimentos e a angústia, mas apesar de toda checagem, isso nunca ameniza o mal estar que vem sentindo.

Além de reações e comportamentos, o ciúme patológico também pode desencadear reações, como insônia, sudorese, boca seca ou excesso de saliva, taquicardia, aumento ou diminuição no apetite, depressão, baixa autoestima.

Em casos extremos, quem sofre com ciúme patológico pode, por exemplo, chegar a cometer suicídio, até mesmo para culpabilizar o parceiro, ou cometer o assassinato da outra pessoa.

Há tratamento para as crises de ciúme?

A resposta é sim, e é grande o número de pacientes que se beneficia com o tratamento correto para o ciúme patológico. O tratamento apropriado para cada um é individual, mas normalmente é necessário associar a psiquiatria com a psicoterapia para tratar os sintomas e buscar as causas para tratar o ciúme.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é a abordagem da psicologia contemporânea com mais evidências científicas que comprovam sua efetividade. O paciente com quadro de ciúmes patológico desenvolve padrões de comportamento baseados na forma como interpreta sua realidade, e a terapia irá agir para colaborar na mudança de tais pensamentos e crenças que afetam seu relacionamento.

Leia também: Como lidar com a autocrítica e ter uma melhor saúde mental

É importante o acompanhamento psicoterapêutico para aumentar o autocontrole e melhorar a autoestima dos pacientes, com objetivo de conduzi-lo na construção de relacionamentos interpessoais saudáveis.

Dicas para te ajudar a controlar o ciúme

Para quem sofre com as crises de ciúme, o fluxo de pensamentos pode ser desgastante e exaustivo. Portanto, além de buscar o tratamento adequado, considere tomar essas medidas:

• Converse com seu parceiro(a) para expor seus sentimentos e conversar sobre o que te angustia. Saiba o que esperar do seu parceiro e seus planos para o futuro próximo e distante. Isso ajuda a aumentar sua confiança.

• Ciúme pode desencadear muito estresse e ansiedade. Por isso use essa energia para extravasar de outras formas, seja com um hobby ou atividade física.

• Juntamente com seu parceiro, estabeleça os limites da relação, expondo aquilo que te incomoda e quais as justificativas do outro. Acima de tudo, saiba argumentar e ceder.

Dicas para controlar as crises de ciúme
O mais importante é o autoconhecimento para saber identificar e reconhecer
quando perde o controle nas crises de ciúmes.

Portanto, aceitar que as crises de ciúme pode ser uma doença, é o primeiro passo para procurar ajuda, resolver os conflitos e trazer harmonia para suas relações interpessoais.

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Luana Nodari é Psicóloga e Neuropsicóloga
Atende em sua clínica na Vila Mariana / SP, adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356


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Este post tem 2 comentários

  1. Guilherme

    Olá Luana!
    Eu estou passando por um relacionamento bem conturbado, que recentemente completou dois anos. Não pensava que fosse algo duradouro, por isso, no começo, eu ainda me considerava um solteiro, saindo a excursões e programas sociais e fazendo novas amizades, especialmente com mulheres. Não muito tempo depois, a pessoa com quem estou me relacionando começou a ter ciúme excessivo, desconfiando de tudo, me ligando e mandando mensagem com frequência, para garantir que eu não a estava traindo. Deixei de ir às excursões que eu tanto gostava (sim, adoro viajar!) e fui obrigado a cortar contato com pessoas com quem me comunicava, inclusive deixar de seguir nas redes sociais, a fim de preservar nosso relacionamento.
    Fui gostando da minha parceira cada vez mais, e me sentindo à vontade para expressar minhas emoções com ela. No entanto, gostaria de me desvencilhar dessa relação, pois sinto que se tornou tóxica. Frequentemente me vejo relembrando a vida de solteiro, inclusive quando eu era mais jovem.
    Tive um relacionamento de 12 anos, fui casado no papel. Terminou de maneira bem triste, em janeiro de 2020, com o falecimento da minha parceira. Uma doença de pele a vitimou horrivelmente. Ela fazia uso de medicamentos psiquiátricos, e se especula que tenha sido um efeito colateral deles. Passei um tempo enlutado, é claro, pois ela e eu tivemos uma história bem bacana, com afeto e cumplicidade.
    Logo após o choque pelo luto, eu aproveitei que estava desimpedido e retomei antigos contatos, além de iniciar novas amizades com mulheres. Porém, mal tive tempo de aproveitar essa fase, pois logo em seguida chegou a pandemia de Covid-19, que alterou a rotina de todas as nossas atividades, impondo o distanciamento entre as pessoas. Em meio a tantas incertezas, eu comecei a ter encontros com a minha parceira atual.
    Não tenho mais podido interagir com minhas amigas, e amigos também, como antes. Tenho que cuidar o que comento nas redes sociais, fotos que eu curto. Não posso ficar de papo no Whatsapp com ninguém, porque a minha namorada vê quando eu estou online e já desconfia. Ela tem acesso ao meu telefone celular. Ela mesma já excluiu contatos da minha agenda, e até apagou fotos da minha galeria. Tenho que dar satisfações para ela do horário que chego em casa depois do trabalho. Sair sozinho, sem ela? Nem pensar. Até mesmo ir ao supermercado, ela tem “se convidado” para ir junto.
    Com certeza, está uma relação difícil, que tem me deixado mais aborrecido do que feliz. Já tivemos diversas discussões por causa dessas coisas de ciúme. Me desgastei demais com essas questões, de me estressar, chorar muito, estar prestes a adoecer com tudo isso.
    Guilherme – servidor público – RS

    1. Luana Nodari

      Olá Guilherme,
      Sinto muito que passe por essa situação. Mas lembre-se você não precisa lidar com tudo isso sozinho, considere buscar terapia, um psicólogo pode te ajudar a lidar com essas situações. Estou à disposição.

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Sobre a Luana

Luana Nodari é Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Compotrtamental (TCC) pela PUC e especialista em Neuropsicologia pelo IPqHC da USP. 
Possui outras formações em áreas da Psicologia e Neuropsicologia em universidades nacionais e internacionais. 

Atualmente, faz atendimentos particulares em sua clínica no bairro da Vila Mariana em São Paulo/SP, nas modalidades presencial e online | CRP 06/112356.