Déficit de Atenção: o que é e como tratar

Quando presente na vida adulta, o transtorno de déficit de atenção pode resultar em dificuldades no gerenciamento do tempo, falta de organização e também causar entraves quanto ao estabelecimento e conclusão de metas.

Como resultado, os indivíduos com esse diagnóstico também podem enfrentar problemas em seus relacionamentos, em sua vida profissional e social.

Embora o distúrbio possa ser diagnosticado apenas tardiamente (ou seja, na idade adulta), o transtorno de déficit de atenção costuma ser percebido durante os primeiros anos da infância, quando os sintomas se tornam mais aparentes.

Contudo, vários dos sinais que indicam déficit de atenção podem gerar dúvidas aos pais e responsáveis.

Afinal, a criança é portadora do TDAH ou é naturalmente agitada? Será que ela é apenas muito distraída ou pode haver um distúrbio por trás desse comportamento?

Essas e outras perguntas podem ser respondidas ao se conhecer melhor os sintomas, causas e tratamentos. Para ajudá-lo nesse sentido, disponibilizamos as informações a seguir.

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O que é o distúrbio de déficit de atenção e por que ele acontece

“Distúrbio de déficit de atenção é uma síndrome neurológica, cuja tríade clássica de sintomas inclui impulsividade, distração e hiperatividade ou excesso de energia.”
― Edward M. Hallowell, psiquiatra, autor do livro Tendência à distração: identificação e gerência do distúrbio do déficit de atenção da infância à vida adulta.

É comum que crianças e adolescentes com transtorno de déficit de atenção sejam rotuladas como “distraídas”, “desatentas” ou, ainda, percebidas como pessoas que vivem sempre “no mundo da lua”.

No entanto, quando estes sintomas acontecem por conta do DDA, as consequências podem ir além.

O distúrbio de déficit de atenção caracteriza-se por uma disfunção neurológica que afeta o córtex pré-frontal — conhecida como uma das áreas mais interessantes do cérebro humano, sendo responsável por processos mentais e cognitivos complexos.

Quando o córtex pré-frontal não funciona corretamente, as capacidades de foco, organização, controle de impulsos, aprendizado, comportamento social, expressão de sentimentos, personalidade e até o discernimento do bem e do mal podem ser prejudicados.

Ainda não se sabe ao certo a causa deste transtorno. No entanto, estudos apontam que fatores como hereditariedade, prematuridade e lesões ou deficiências cerebrais durante o desenvolvimento podem aumentar os riscos.

“Lembre-se de que o que você tem é uma condição neurológica… É uma condição cuja origem está na biologia, na forma como seu cérebro está conectado. Não é uma doença da vontade, nem uma falha moral, nem algum tipo de neurose. Não é causada por uma fraqueza de caráter, nem por um fracasso em amadurecer. Sua cura não se encontra no poder da vontade, nem no castigo, nem no sacrifício, nem na dor. Lembre-se sempre disso. Por mais que tentem, muitas pessoas com TDAH têm grande dificuldade em aceitar a síndrome como algo que está enraizado na biologia e não na fraqueza de caráter.”
― Edward M. Hallowell

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Transtorno de Déficit de Atenção: conheça os sintomas

Nem todo portador do transtorno de déficit de atenção é hiperativo. Logo, os sintomas podem se apresentar de maneiras diferentes em algumas crianças e adultos. Daí a importância de um diagnóstico profissional.

Os principais sinais de desatenção são:

• Curtos períodos de atenção, distraindo-se com facilidade.
• Erros e descuidos frequentes em atividades escolares.
• Parecer esquecido ou perder coisas frequentemente.
• Não conseguir executar tarefas longas.
• Dificuldade em prestar atenção e executar instruções.
• Mudar de atividade ou tarefa constantemente.
• Ter dificuldades em se manter organizado.

Quando há hiperatividade (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade — TDAH), os sintomas podem incluir:

• Não conseguir ficar parado, especialmente em locais calmos e silenciosos.
• Inquietude constante.
• Incapacidade de se concentrar em tarefas.
• Estar constantemente em movimento.
• Dificuldade em esperar sua vez de agir ou falar.
• Comportamento impulsivo.
• Dificuldade em avaliar situações de perigo.

Sintomas como estes podem causar problemas significativos na vida durante a infância, como desempenho escolar insuficiente, interação social com crianças e adultos prejudicada e indisciplina.

Apesar de não ser uma regra, o DDA ou TDHA podem ser sinais de outros problemas ou condições, como transtorno de ansiedade, transtorno opositivo-desafiador (TOD), dislexia, transtorno do espectro autista, entre outros.

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Quando procurar um especialista?

Assim como os sintomas podem se apresentar de maneiras diferentes, nem todas as crianças que apresentam desatenção, impulsividade, inquietude e/ou desorganização têm déficit de atenção.

Logo, ao notar que um ou mais problemas listados acima estão prejudicando as atividades da criança na escola, em casa ou em seu convívio social, é importante procurar um especialista.

Um psicólogo analisará os sintomas e, a partir do diagnóstico, poderá dar início à psicoterapia, melhorando significativamente o desempenho do paciente em diversos aspectos de sua vida, independentemente da idade.

Medicamentos reguladores da atividade do córtex pré-frontal podem, ou não, ser indicados.

Contudo, é importante que sejam constantes:

• a prática de atividades físicas;
• planejamento de rotina,;
• regras,;
• estímulos positivos e incentivos;
• definição de limites;
• acompanhamento escolar;
• apoio familiar.

É possível que os sintomas desapareçam com a idade e o tratamento.

No entanto, há casos onde o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade podem acompanhar o paciente durante toda a vida.

O acompanhamento psicológico, por sua vez, diminuirá os prejuízos e amenizará os sintomas, devolvendo qualidade de vida e bem-estar ao paciente.

Texto atualizado em 22 de fevereiro de 2022.