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Depressão na terceira idade: saiba como ajudar

Confira algumas estratégias para lidar com a depressão na terceira idade.

como perceber os sintomas da depressão nos idosos
É necessário ficar atento às mudanças de humor e comportamentos dos idosos, pois, o que achamos normal, podem ser sintomas de depressão.

Como podemos agir com a depressão da terceira idade? O que fazer para tirar uma pessoa idosa da depressão?

O primeiro ponto é entender que todos temos direito a momentos de tristeza. Dias de desânimo. Ou pensamentos desesperançosos. E isso inclui as pessoas mais velhas.

Enquanto essas sensações são eventuais — não representando uma presença que se faz notar no cotidiano — devem ser consideradas normais e precisam ser respeitadas.

Contudo, quando o mau humor e a indisposição assumem o tom da personalidade, é necessário saber que isso não corresponde a uma mudança comum da terceira idade.

Esse alerta é fundamental, pois, muitas vezes, atribuímos sintomas de depressão a comportamentos “esperados” em idosos, tais como:

  • constante sensação de cansaço;
  • problemas para dormir (ou dormir demais);
  • mudanças no apetite;
  • dificuldades de concentração ou tomada de decisões;
  • dores sem causas prováveis;
  • desinteresse em atividades antes consideradas prazerosas;
  • isolamento social;
  • fácil irritabilidade.

Se você observar a recorrência dessas situações, há um grande risco de sinalizarem depressão — e, de forma alguma, algo “típico da idade”.

Para orientá-lo sobre o que você pode fazer nesses casos, destacamos algumas estratégias para lidar com a depressão na terceira idade.

Confira a seguir.

1. Estimule a busca por tratamento

Seria um erro começar esta lista por algum outro ponto.

Afinal, a depressão é uma condição clínica e precisa ser investigada por profissionais de saúde habilitados — até mesmo porque os sintomas depressivos podem estar relacionados a outras condições, como isquemia ou Alzheimer.

O tratamento para a depressão na terceira idade é, geralmente, uma combinação de medicamentos (prescritos, preferencialmente, por um psiquiatra), psicoterapia e adaptações no estilo de vida.

Seu papel, como alguém que deseja auxiliar idosos com sintomas de depressão, começa com sua própria educação sobre o assunto.

Pois, para incentivar uma pessoa a ver no tratamento um acréscimo à sua qualidade de vida, primeiro você deve estar ciente desses ganhos.

devemos saber mais sobre a depressão em idosos
Muitas vezes é difícil. Mas estimular o idoso à procura de profissionais como geriatra, psiquiatra ou psicoterapeuta é importante para melhorar sua condição de vida e saúde mental.

Medicamentos para a depressão

Medicamentos são úteis porque ajudam a equilibrar funções cerebrais (em especial a produção de neurotransmissores), refletindo no melhor gerenciamento das emoções — por meio das alterações químicas.

Porém, os efeitos da medicação não mudam o dia a dia das pessoas. Não resolvem as causas e gatilhos da depressão (a não ser que sejam, exclusivamente, de razão orgânica).

Daí o motivo de complementá-la com sessões de terapia.

Terapia para a depressão

Conversar com um psicólogo — um especialista nas funções da mente — deveria ser tão elementar quanto se consultar com um cardiologista.

Ora, precisamos buscar os profissionais específicos para nossos problemas, se quisermos nos livrar deles. 

E, para trazer soluções ao que nos causa desconforto emocional e comportamental, o psicólogo é o profissional indicado. 

Por que, então, não procurá-lo?


Leia também: Como a psicologia positiva e a terapia cognitivo comportamental podem trabalhar juntas para o bem-estar das pessoas

Estilo de vida

Alimentação balanceada, vida social ativa, cuidados com a regularidade do sono e atividades físicas são indispensáveis recomendações para combater a depressão na terceira idade.

Mas você encontrará outras indicações no decorrer deste texto. 

Então, siga para os próximos tópicos.

2. Confie tarefas ao idoso

Por vezes, a depressão na terceira idade ocorre em função de perdas — de pessoas, vínculos profissionais ou de uma rotina preenchida por atividades.

Sem desafios que encorajem nosso senso de propósito, ele se perde. 

Portanto, ajude a pessoa a encontrar novos compromissos com a vida

Proponha situações nas quais ela possa se sentir útil, necessária e, principalmente, motivada a exercitar suas habilidades.

Trabalhos voluntários, hobbies e realização de tarefas que envolvam convívio familiar ou social são algumas possibilidades.

Outra excelente alternativa é a adoção de um animal de estimação. Ele é uma responsabilidade — mas também um motivo para passear, uma companhia afetuosa e um estímulo à alegria espontânea.

3. Seja presente

Mesmo à distância, mantenha contato frequente.

Envie mensagens de texto, faça ligações telefônicas ou videochamadas, interaja por meio de redes sociais — incluindo grupos de WhatsApp.

Encontre formas de alimentar a conexão entre você e o idoso com depressão, afastando ideias de solidão.

Demonstre carinho e apreço de modo autêntico — em palavras, pequenas atitudes e surpresas do dia a dia.

Acima de tudo, saiba ouvir. Com empatia, interesse e generosidade.


Leia também: Atos de gentileza: 38 atitudes que vão melhorar seu humor e seus relacionamentos

4. Apresente recursos facilitadores

exercícios físicos e apoio ajudam na melhora da depressão em idosos
A atividade física é um grande aliado para a melhora da depressão na terceira idade.

Não minimize queixas — ajude a resolvê-las.

O idoso reclama que esquece ou se confunde com os comprimidos que precisa ingerir?

Indique um método de organização mais funcional — que pode incluir alarmes fixos no celular (para não perder o horário), porta-comprimidos e associação de medicamentos a hábitos regulares (por exemplo, tomá-los sempre depois das refeições).

Ele se esquiva de consultas médicas?

Ofereça companhia. Insista em investigarem, juntos, as razões por trás dos mal-estares físicos ou mentais. Contribua pesquisando bons profissionais que possam atendê-lo.

Lembre que os cuidados com depressão na terceira idade incluem o acompanhamento psicológico. E dificuldades para ir a consultórios podem prejudicar a adesão do idoso ao tratamento.

Sugira um caminho mais fácil e cômodo: a terapia online. Ela é realizada com recursos do dia a dia, como celulares com acesso à internet.

O psicoterapeuta, possivelmente, usará videochamadas para interagir com o paciente, aplicando abordagem muito similar às sessões presenciais. E, o que é melhor, com resultados tão satisfatórios quanto.


Leia também: 12 presentes que significam bem-estar e bem-querer

5. Compartilhe dicas de saúde e autocuidado

Há muita informação pertinente disponível em vídeos, blogs e redes sociais. Filtre e acompanhe canais de comunicação confiáveis. Aprenda com seus conteúdos. E passe-os adiante!

É simples, basta marcar amigos, familiares e os idosos com quem você se preocupa em posts de Instagram e Facebook (ou enviar os conteúdos por mensagem privada, dentro das plataformas).

Usar grupos de WhatsApp para compartilhar links interessantes também é uma ótima iniciativa.

Ou, ainda mais prático, apenas aplique e ensine o que você aprendeu.

6. Busque novas perspectivas sobre a terceira idade

O livro Viva bem a velhice, escrito pelo psicólogo B.F. Skinner em conjunto com a especialista em Gerontologia M. E. Vaughan (Editorial Summus) é uma excelente referência para se obter um novo olhar sobre a terceira idade.

A leitura é agradável é indicada não só para idosos, mas também para pessoas mais jovens, pois o texto aponta um horizonte do “bem viver” que será apreciado por todas as idades. Além disso, para aqueles que assumem tarefas de cuidados com idosos, o livro proporcionará insights que ajudarão a deixar a vida das pessoas mais velhas um tanto quanto mais confortável.

Outro título, de publicação recente, merece ser mencionado entre nossas sugestões. Nos referimos ao livro Pra vida toda valer a pena viver: pequeno manual para envelhecer com alegria, da médica geriatra e paliativista Ana Claudia Quintana Arantes.

Pra vida toda valer a pena viver é destaque em vendas no site Amazon — e, conforme atestam as opiniões de leitores (registradas na plataforma), a obra é uma aposta certa para quem busca um texto acessível, mas apoiado por entendimento profundo sobre a terceira idade.

A sinopse do livro, disponível no site da Editora Sextante, indica o que você pode esperar do conteúdo:

“O que é preciso fazer para tornar nosso corpo habitável, nossa mente sã e nosso espírito elevado enquanto não chega essa hora? Como podemos envelhecer bem?
Algumas orientações já conhecemos: sabemos da importância da boa alimentação e da atividade física, mas Ana Claudia traz novas motivações para cuidarmos da saúde do corpo.
Sabemos do valor de ter amigos, mas ganhamos novo impulso para fortalecer nossos laços.
Sabemos que o cérebro precisará de estímulos extras, e ela nos mostra como fortalecê-lo para driblar as doenças que corroem a lucidez.
Sabemos que haverá perdas, de amigos e familiares, mas também de independência e vitalidade. A médica nos ensina a lidar com os lutos cotidianos da velhice sem perder de vista que ainda estamos vivos e que a vida vale a pena ser vivida.
De mãos dadas com ela, aprendemos a construir uma velhice que não nega as grandes transformações que o tempo traz, mas busca o bem-estar e a alegria até o último suspiro.”


Por fim, deixamos o convite para que você visite nossos conteúdos nas redes sociais.

Por lá, sempre publicamos dicas rápidas de cuidados com a saúde mental. Muitas delas serão úteis no gerenciamento da depressão na terceira idade.

Se precisar de alguma orientação mais específica, deixe sua dúvida no campo dos comentários ou entre em contato com Luana Nodari (psicóloga na Vila Mariana e online) pelo formulário do site.

psicóloga Vila Mariana Luana Nodari

Luana Nodari

Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356


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Sobre a Luana

Luana Nodari é Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Compotrtamental (TCC) pela PUC e especialista em Neuropsicologia pelo IPqHC da USP. 
Possui outras formações em áreas da Psicologia e Neuropsicologia em universidades nacionais e internacionais. 

Atualmente, faz atendimentos particulares em sua clínica no bairro da Vila Mariana em São Paulo/SP, nas modalidades presencial e online | CRP 06/112356.