Uma pessoa resiliente encontra meios de superar eventos negativos.
Demonstra foco em soluções e uma invejável tendência de “ressurgir das cinzas” — com entusiasmo revigorado.
Você conhece pessoas com esse perfil. Reais ou na ficção.
Talvez você mesmo seja um exemplo de pessoa resiliente!
Ou, lendo nossa descrição, tenha pensado “gostaria de ser assim com mais frequência…”.
O bom da resiliência é que podemos aprendê-la e aprimorá-la ao longo da existência.
Para isso, precisamos identificar nossos pontos fracos e descobrir os agentes sabotadores de nossa energia e bom humor.
São os hábitos — e a constante autoanálise — que constroem nossa personalidade.
Portanto, mudar é sempre uma questão de escolha!
Partindo dessa ideia, reunimos 13 dicas que irão lhe ajudar a ser mais resiliente em seu dia a dia.
Para conhecê-las, continue a leitura!
Dica 1: Para ser uma pessoa resiliente, questione-se!
Não poderíamos começar nossas dicas de outra forma. Afinal, a habilidade máxima de pessoas resilientes é a conversa que desenvolvem consigo mesmas.
Sim, “falar” sozinho faz um bem danado!
Inclusive, quando aceitamos o confronto com nossos “demônios”.
Ora, precisamos mostrar a eles quem é que manda! Fugir desses embates apenas os alimenta.
Uma poderosa estratégia reflexiva é buscar os porquês.
Não estamos acostumados a nos justificar, explicar quem somos, para nós mesmos.
Portanto, adicionar porquês a cada escolha que fazemos, cada emoção que experimentamos e aos relacionamentos que mantemos (ou evitamos), será extremamente revelador.
Para iniciar o exercício, que tal tentar algumas perguntas?
Seguem algumas ideias para alimentar seu diálogo interior — tendo em mente que, mais que a resposta imediata, importa pensar nos porquês!
- Quais situações cotidianas o deixam tenso?
- Que tipo de desafio o estimula? E qual o deixa desconfortável?
- Quando as pessoas o procuram, em busca de sua opinião, você costuma apresentar visões otimistas?
- O que lhe causa medo ou ansiedade?
- Lembre de alguma situação difícil que tenha enfrentado recentemente. Quais foram suas atitudes diante dela? Você a resolveu?
- Você se considera uma pessoa muito preocupada?
- De quais conquistas pessoais você mais se orgulha?
- Existe algo (ou alguém) que você deveria deixar para trás, mas continua reconsiderando?
- Opiniões alheias tem a capacidade de o desmotivar?
- Quando algo dá errado, você costuma atribuir culpas, sente-se culpado ou centra-se na busca de soluções?
- Quando se sente ansioso, triste ou sob pressão, você utiliza remédios, álcool ou drogas para ficar mais estável?
Não se preocupe em dar as respostas “certas”.
Se você pretende ser uma pessoa resiliente, precisa aceitar suas fraquezas. E reconhecer suas virtudes.
Dica 2: Faça planos para o futuro
Especialmente diante de adversidades, é importante conseguir projetar uma imagem de si, em uma nova situação.
Ter projetos e metas dá fôlego à saúde emocional. Nos coloca em movimento.
Ou seja, para sair do lugar, imagine para onde ir.
Dica 3: Pratique a gratidão
Tenha um olhar atento para cada felicidade de sua vida.
Quem não sabe reconhecer a boa sorte, só enxerga o azar.
Dica 4: Inspire-se em exemplos
Quando falamos na educação infantil, sempre destacamos o valor do exemplo como forma de transmissão de aprendizados.
Na vida adulta, também aprendemos assim. É uma das formas mais assertivas de assimilarmos novos conhecimentos.
Visualizar e interpretar o comportamento de uma pessoa resiliente pode transformar nossa perspectiva.
Não perca a oportunidade de aprender com seus familiares, amigos, colegas, referências profissionais… E também com obras de ficção!
O cinema é movido a exemplos de resiliência. Já reparou?
É até difícil conseguir pensar num filme que não tenha, como personagem principal, alguém cuja jornada é marcada por momentos difíceis, derrotas e imensos desafios.
O que torna a narrativa atraente é que — apesar de fraquejar, chorar e se desesperar — o personagem se refaz.
Se modifica diante dos obstáculos, persevera, cria soluções. Ousa se reinventar.
Da próxima vez que assistir a um filme, experimente analisar a história pela ótica da resiliência.
Note o que impulsiona as ações, como os personagens se comportam diante das adversidades, que atitudes escolhem para alterar suas situações.
Lógico, sua vida não é o enredo de um filme.
Mas a metáfora vale como lição.
“De todas as virtudes que podemos aprender, nenhuma característica é mais útil, mais essencial para a sobrevivência e mais propensa a melhorar a qualidade de vida do que a capacidade de transformar a adversidade em um desafio agradável.”
Mihaly Csikszentmihalyi
Dica 5: Encontre motivos para rir
Rir dá leveza, relaxa e celebra a graça no dia a dia.
Não seja excessivamente sério.
Porque, sem o riso, tudo e qualquer coisa assume um tom de gravidade insustentável.
Dica 6: Proponha-se desafios
Você vai descobrir, na pele, o que é ser uma pessoa resiliente, quando se propor enfrentamentos.
Existem coisas que você adia há tempos e sabe que precisa resolver? Escolha uma dessas questões pendentes e comprometa-se a resolvê-la, nesta semana.
Exige mais tempo? Não tem problema: importa é que você dê o primeiro passo e não pare.
É pedir demais um passo desses? Você não se sente preparado?
Bem, pequenos desafios são perfeitamente válidos para lhe proporcionar insights de resiliência.
Edificando hábitos de superação, naturalmente você se sentirá mais empoderado e disposto a avanços mais complexos.
Quer uma dica bem simples? Ajuste o despertador para a hora exata que você quer levantar da cama.
Não utilize a função “soneca”. Vença a si próprio e levante quando soar o alarme.
A sensação dessa pequena vitória lhe deixará confiante — acredite.
Dica 7: Desvie da procrastinação
Procrastinar é outro hábito que você deve cortar de sua vida para ser uma pessoa resiliente.
Estabeleça metas, organize sua agenda, cumpra os prazos que assumiu.
Fuja das desculpas.
Faça uma lista de afazeres e risque-os, na medida em que os concluir. É um singelo prazer, que lhe encherá de coragem e senso de competência.
Dica 8: Seja mais desbravador!
Aventure-se a provar novos sabores.
Viva diferentes experiências.
Aceite convites.
Cultive a espontaneidade.
Mude a rota e, se possível, o destino.
Se existe um lugar onde uma pessoa resiliente não está é na famosa zona de conforto. Portanto, abandone a sua!
Dica 9: Olhe para o passado
Se você está lendo isso é porque está vivo. Isso significa que já passou por muita coisa — e sobreviveu.
Bem ou mal — com perdas, cicatrizes e coração partido — conseguiu seguir em frente.
Talvez, enquanto você se pergunta o que fazer para ser uma pessoa resiliente, esteja esquecendo que sabe exatamente do que precisa.
Olhe para trás.
Pense em momentos que foram complicados para você. Na infância, na adolescência, nos últimos meses.
Lembre daquelas circunstâncias nas quais você venceu seus medos, encontrou alternativas, lutou por um objetivo, assimilou uma queda e se reergueu.
Valorize sua história.
Dê crédito aos seus méritos. Ponha-se para cima! Aprenda — consigo mesmo.
Uma pessoa resiliente reconhece seus erros. Mas também não esquece de celebrar suas conquistas.
“O que nos acontece passa a fazer parte de nós. Pessoas resilientes não se recuperam de experiências difíceis; eles encontram maneiras saudáveis de integrá-los em suas vidas. Com o tempo, as pessoas descobrem que uma grande calamidade enfrentada com grande espírito pode criar grande força.”
Eric Greitens
Dica 10: Peça ajuda, aceite apoio
Ser uma pessoa resiliente não é sinônimo de ser autossuficiente.
Apenas não confunda a possibilidade de pedir ajuda com o vício de sempre o fazer.
Tente realizar o máximo de coisas sozinho, sem delegar a outro aquilo que é sua responsabilidade ou que você é capaz de fazer.
Ter uma rede de segurança, composta por família e amigos, é um sossego para a alma. Ajuda muito no processo de cura, nos auxilia a recuperar o norte.
Porém, às vezes o amparo é tão agradável, que estacionamos por ali.
É um sinal de perigo: você estará sufocando sua resiliência.
Logo, tenha em mente: apoio e ajuda são territórios de passagem.
Nada de se aproveitar da boa vontade alheia para empurrar seus problemas para outras mãos.
Dica 11: Abrace a imperfeição
Quando, numa entrevista de emprego, as pessoas dizem que são “perfeccionistas” — ao serem questionadas sobre seu maior defeito — acreditam que estão usando a palavra ideal para se esquivarem da pergunta e causar boa impressão.
Na verdade, ser perfeccionista, numa situação real, é um grande defeito.
Quem não aceita as imperfeições, acaba nunca conseguindo terminar o que se propõe.
Produz pouco, muito lentamente e sempre com doses de culpa sobre algum detalhe que lhe escapou.
O perfeccionista é a antítese da pessoa resiliente.
Na resiliência, buscamos o melhor, mas entendemos as limitações.
Preferimos o imperfeito que age, do que o perfeito utópico e estagnado.
“A vida nunca é perfeita. Todos nós vivemos de alguma forma da Opção B.”
Sheryl Sandberg,
Dica 12: Adapte-se ao desconforto
Não se trata de adotar uma atitude passiva e resignada.
Usamos a palavra adaptação com sentido de aceitar o incontornável, o inevitável, a situação tal como ela se impõe — sem mergulhar num comportamento ranzinza, movido a reclamações e vitimização.
Adaptar-se ao desconforto, longe de significar apatia, indica flexibilidade e altivez.
Dica 13: Fique à vontade com a solidão
Seja uma boa companhia para os outros, mas melhor ainda para si próprio.
Como?
Mantendo o compromisso de cuidar da autoestima, praticar a autocompaixão e criando oportunidades para ser a melhor versão de si mesmo, dia após dia.
Como disse o Barão de Itararé, “não é triste mudar de ideia, triste é não ter ideias para mudar”.
Então, reflita. Se reinvente. Faça da adversidade o momento da virada.
Quer uma ajuda extra em seu processo de se tornar mais resiliente?
Continue acompanhando nossos posts aqui no blog e em nossas redes sociais. Estamos com você para lhe apoiar e apresentar dicas que enriquecem sua saúde emocional!
Luana Nodari é Psicóloga e Neuropsicóloga
Atende em sua clínica na Vila Mariana / SP, adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356