Assertividade é a habilidade de se comunicar com clareza, confiança e objetividade.
É própria de pessoas que conseguem dizer o que sentem, pensam e precisam. Sem perder de vista o respeito às opiniões alheias.
A partir dessa definição, bastante sintética, você pode começar a entender porque a assertividade é considerada uma das competências mais importantes em ambientes de trabalho.
Certamente, sua aplicação é vantajosa em uma diversidade de outros cenários.
Afinal, nosso desejo é, sempre, de uma comunicação eficiente e honesta. Que não gere mal-entendidos, atritos e mágoas.
“Temos nossos próprios pensamentos e, se quisermos que os outros os conheçam, devemos dizer a eles.” — Henry Cloud
Se você se identificou com o propósito da assertividade pelo que pontuamos até aqui, continue a leitura!
Você vai descobrir outros excelentes motivos para investir no desenvolvimento dessa habilidade.
Vamos lá?
Benefícios da assertividade: conheça 3 razões para ser assertivo
Você pode estar pensando: “mas eu já tenho um estilo de comportamento, não sei se consigo mudar”.
Então, vamos a um esclarecimento necessário. A assertividade é um aprendizado.
Consiste em ajustes que, sim, você é capaz de realizar. Sem jogar fora sua personalidade.
“Ser assertivo é entender que você não pode controlar o que os outros podem fazer, mas pode controlar seu próprio comportamento.” — Patrick King
Acredite, não há muito tempo, as pessoas não tinham o hábito de usar os cintos de segurança de seus carros. Mas elas modificaram seu comportamento, conforme foram estimuladas por informações sobre as vantagens desse acessório — ou pela ameaça de multas, caso o esqueçam.
É um exemplo simples, mas que ilustra o ponto que defendemos aqui.
Somos passíveis de mudanças, não importa a idade, desde que possamos compreender os prós das substituições.
Portanto, avalie os argumentos que vamos expor e conclua se não vale a pena dar espaço à assertividade em sua conduta.
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1. A assertividade reduz o estresse
Você vive estressado? Saberia dizer por quê?
Pense um pouco. Acaso seu estresse tem relação com a quantidade de coisas que precisa gerenciar? Com o acúmulo de tarefas, profissionais e domésticas, que deve dar conta?
Provavelmente, sua resposta é sim.
Agora, seja franco. Quanto dessa pressão é resultado do que você permite que lhe aconteça?
Será mesmo que você precisa se conformar e, simplesmente, abraçar uma infinidade de obrigações, com prazos apertados e recursos insuficientes?
Talvez, sem perceber, você esteja sendo muito passivo. Ou seja, por medo de desapontar, contrariar ou desagradar às pessoas, você acaba limitando sua capacidade de negociar.
Também é possível que você seja do tipo que prefere assumir as responsabilidades logo, para “encurtar” a conversa. Você poderia delegar tarefas, pedir ajuda. Mas não tem paciência para explicar — e desconfia dos resultados.
Nos dois casos, você sabe, está se prejudicando.
E sem necessidade.
Como alterar esse padrão de atitude?
Experimente a comunicação assertiva.
“É seu direito não justificar seu comportamento com desculpas. Você não precisa dar motivos ou concordar com coisas que não quer fazer porque está preocupado que seu motivo não pareça bom o suficiente. Se você não quer ir a um evento porque quer passar bons momentos com seu cão, isso é válido e ninguém pode julgar. Você não deve algo a alguém só porque sua justificativa não está de acordo com os valores deles.” — Patrick King
Quando alguém lhe pede algo, não se apresse em ser solícito. Pondere, consigo mesmo, suas reais condições de realizar aquela ação. Complica a sua vida? Não esconda isso. Proponha uma solução alternativa. Ou, apenas, diga não.
Ninguém o julgará incompetente ou menos digno de afeto em função de uma recusa ou negociação.
Apresente os argumentos necessários, conforme a situação. Veja bem, não se trata de criar uma narrativa interminável de desculpas. Seja enxuto e objetivo.
Pode delegar a tarefa? Deixe de lado sua tendência centralizadora e exercite sua capacidade de passar instruções claras. Se você sabe de que precisa, consegue orientar. Vale o esforço, acredite.
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2. A assertividade aumenta sua autoconfiança e autoestima
Você pode se considerar uma pessoa assertiva quando é honesto sobre seus sentimentos e percepções.
Apenas não confunda autenticidade com arrogância. Defenda seus direitos e opiniões, sem ridicularizar os outros. Você não precisa disso.
Na verdade, ao adotar um comportamento assertivo, naturalmente você optará por apresentar seu ponto de vista de forma a se fazer entender. É uma premissa desse estilo de comunicação.
Se estiver desdenhando da opinião contrária — ou estiver querendo “vencer no grito” — saiba que escolheu o caminho errado!
“Um dos aspectos mais importantes de ser verbalmente assertivo é ser persistente e continuar dizendo o que você quer, repetidamente, sem ficar com raiva, irritado ou alterar o tom de voz.” — Manuel J. Smith
E por que a fala que visa a compreensão faz bem à autoconfiança e autoestima?
Essencialmente, porque você dá poder e dignidade à sua voz.
Se acredita que o que pensa tem valor, você vai querer expor suas ideias. Enquanto as guarda, em silêncio, está dizendo a si mesmo que duvida de sua legitimidade.
Porém, apenas externar o pensamento não é o bastante. Você deseja que suas ideias sejam assimiladas. Logo, deve cuidar para que seu raciocínio faça sentido e possa promover reflexão.
Assim você transmite relevância. Respeita a si mesmo e se faz respeitar.
E, convenhamos, não há nada melhor para fortalecer o amor-próprio do que a afirmação de valores pessoais. Com coragem, coerência e convicção.
Ainda que discordem de você, as pessoas saberão reconhecer seus argumentos.
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3. A assertividade melhora seus relacionamentos
“A verdadeira intimidade só é construída em torno da liberdade de discordar.” — Henry Cloud
Se existe uma “fórmula” para relacionamentos saudáveis, necessariamente, ela inclui dois elementos: empatia e assertividade.
E não nos referimos, apenas, a relacionamentos amorosos. Amizades, convivências profissionais, sociais e familiares são igualmente favorecidas por tais comportamentos.
A empatia nos ensina a arte da escuta. Propõe que tenhamos atenção com a perspectiva do outro, a ponto de conseguirmos experimentar suas razões e sentimentos.
A assertividade, por sua vez, nos instiga a usar a oratória, com o mesmo respeito e esforço de conexão.
Escolher a comunicação assertiva implica em conduzir conversas de modo a honrar a própria verdade.
Sem agressividade, ironia ou sugestão de superioridade. E, certamente, distante de comentários autodepreciativos ou vitimistas.
A assertividade preza pelo equilíbrio. Pelo senso de justiça e transparência.
É um jogo de ganha-ganha.
Colocar essa dinâmica em prática exige disposição. Mas, como acontece com qualquer habilidade, ela se torna intuitiva e espontânea, conforme nos dedicamos a desenvolvê-la.
Aceita uma sugestão? Treine sua assertividade com as pessoas mais próximas, com aquelas com as quais se sente à vontade para dialogar.
Veja como se sai ao debater suas impressões sobre um filme, apresentar argumentos sobre uma causa que lhe cativa e propor alternativas para momentos de lazer, por exemplo.
“Declaração de direitos assertivos:
1. Você tem o direito de julgar seu próprio comportamento, pensamentos e emoções, e de assumir a responsabilidade por sua iniciação e pelas consequências sobre você mesmo.
2. Você tem o direito de não apresentar razões ou desculpas para justificar seu comportamento.
3. Você tem o direito de julgar se é responsável por encontrar soluções para os problemas de outras pessoas.
4. Você tem o direito de mudar de ideia.
5. Você tem o direito de cometer erros — e ser responsável por eles.
6. Você tem o direito de dizer: ‘Não sei’.
7. Você tem o direito de ser independente da boa vontade dos outros.
8. Você tem o direito de ser ilógico ao tomar decisões.
9. Você tem o direito de dizer: ‘Não entendo’.
10. Você tem o direito de dizer: ‘Não me importo’.”
Manuel J. Smith, no livro Quando digo não, me sinto culpado.
Mais uma dica: vá além deste texto. Busque outras informações sobre assertividade.
E se precisar de uma ajuda, conte conosco! Deixe, nos comentários abaixo, o registro de suas dúvidas e sugestões para próximos textos. Vamos continuar esta conversa!
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Luana Nodari
Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356