Você sabe identificar os “sintomas” de amor e paixão? Neste texto, você vai aprender!
Conteúdo abordado neste post:
- A neuroquímica do amor e da paixão
- Sintomas de paixão
- Sinais de amor no relacionamento
- Livros sobre amor e paixão
- Paixão e amor no cinema
Amor e paixão. Se você está num relacionamento, provavelmente está experimentando um dos dois.
Ambos? Será?
Afinal, dá para separar amor e paixão?
Antes que você tire a prova, lendo o restante do texto, já vamos adiantar.
Os dois sentimentos são bem diferentes. E vivem muito bem, um sem o outro.
O problema é que, quando você está apaixonado, tende a misturar as coisas.
Acredita que ama — mas está apenas iludido por hormônios.
Como passa a associar toda a excitação do início de namoro com amor, também se pega duvidando do sentimento, quando a paixão esfria.
Para desfazer esse nó — e te ajudar a descobrir o que realmente você está sentindo — fizemos uma espécie de checklist sobre amor e paixão.
Preparado para revelações?
Então siga a leitura!
Amor e paixão: o que você precisa saber para perceber as diferenças
Já que estamos dizendo que amor e paixão são coisas diferentes, está na hora de provar essa afirmação.
Para começar, que tal desvendar alguns segredos da química da paixão?
Confira 4 informações que, provavelmente, ninguém nunca te contou:
1. Você está apaixonado e não sabe explicar o motivo?
Talvez até se sinta atraído pela “pessoa errada”?
Calma, não há nada de errado com você!
De acordo com neurocientistas, a culpa está em nosso… nariz!
Acontece que nossas axilas secretam feromônios.
Quando as narinas captam essas substâncias, uma região do cérebro (o hipotálamo) é estimulada, despertando sensações prazerosas.
Segundo essa explicação, portanto, sua paixão é uma reação química, que inicia pelo olfato.
2. Quando você se apaixona, seu corpo é bombardeado por hormônios (feniletilamina, dopamina e oxitocina, só para citar alguns).
Os efeitos dos hormônios são semelhantes a uma droga — o que justifica aquela sensação de estar viciado na presença do ser “amado”.
3. Ainda no quesito hormônios, os cientistas também descobriram que, durante a paixão, os níveis de serotonina despencam.
Isso nos leva a agir e pensar de modo um tanto irracional (aquela sensação de “perder a cabeça”).
De acordo com estudos, essa queda na serotonina nos leva a um comportamento semelhante ao de pessoas com transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
4. Borboletas no estômago? A ciência explica!
A sensação de que temos “borboletas no estômago” quando estamos apaixonados tem uma ótima explicação.
Na verdade, ela acontece em função do estresse que sentimos quando estamos na presença daquele que nos atrai.
Como resposta ao estresse, o cérebro dispara uma descarga de adrenalina.
A adrenalina, por sua vez, expulsa o sangue do estômago.
É nesse processo que ocorre uma sensação de formigamento no estômago, comumente chamada de “borboletas”.
Nada romântico, não é verdade?
Mas, no fundo, isso só mostra o quanto a paixão é parte de nossa natureza!
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Sintomas de paixão
É em função de toda essa química que experimentamos os sintomas da paixão. Com tamanha alteração em nossos neurotransmissores, experimentamos comportamentos e sinais físicos, que espelham tal atividade hormonal.
Então, se você acredita que está apaixonado, veja se você se identifica com estas características:
- Você idealiza a figura por quem está apaixonado. Ela, simplesmente, não tem defeitos!
- Você pensa na pessoa o tempo todo (pensamento obsessivo e intrusivo).
- Há muito desejo sexual envolvido.
- Deseja estar próximo e sofre uma espécie de “abstinência” quando estão distantes.
- Seu coração dispara (chega a 150 batimentos por minuto) quando estão juntos — tudo culpa da adrenalina!
- Outras manifestações em seu corpo incluem lábios mais cheios e rosados, rubor facial, suor e pupilas dilatadas.
- Também é possível que seu apetite e sono diminuam durante a fase da paixão.
- Você tem muito medo de desagradar o parceiro (afinal, você não quer que ele vá embora!) e age demonstrando muito carinho, cuidado, atenção. É nesse ponto que muitos confundem amor e paixão.
“Níveis elevados de dopamina no cérebro produzem atenção extremamente concentrada, bem como motivação inabalável e comportamentos direcionados a objetivos. Essas são características centrais do amor romântico. Os amantes concentram-se intensamente na pessoa amada, muitas vezes excluindo tudo ao seu redor. Na verdade, eles se concentram tão incansavelmente nas qualidades positivas da pessoa amada que facilmente negligenciam seus traços negativos…” — Helen Fisher
Quando há reciprocidade na paixão, você se sente incrível.
Seu bem-estar está nas alturas!
Você e seu par se sentem “fundidos”, como se fossem uma só pessoa.
Mas, como você pode presumir, toda essa alteração em seu corpo não pode durar para sempre. Sua própria sobrevivência estaria em risco!
Logo, a paixão tem prazo de validade: costuma durar até 48 meses.
Depois disso?
A relação pode chegar ao fim — já que não causa mais a euforia dos primeiros tempos.
Ou… pode evoluir para um próximo estágio: o amor.
A diferença entre amor e paixão está apenas nos hormônios?
Lógico que os efeitos da feniletilamina e da dopamina desempenham seu papel.
Mas não podemos ignorar que outros elementos entram em cena quando falamos em relacionamentos humanos.
Compatibilidade de ideias, questões culturais e o comportamento do parceiro, por exemplo, também causam impacto.
E esses elementos são ainda mais relevantes quando a química da paixão perde seu poder.
Porque a paixão pode ser cega; já o amor, necessariamente, enxerga.
“Quando nos apaixonamos, geralmente estamos nos comportando da melhor maneira. Agimos com o nosso lado mais saudável. Mas à medida que os relacionamentos progridem, cada pessoa se torna mais real, mais transparente e, portanto, mais vulnerável.” — John M. Gottman
Assim, o amor é uma escolha mais racional.
Acontece quando, realmente, passamos a conhecer a pessoa com a qual convivemos.
Somos capazes de identificar “problemas” — mas praticamos a aceitação e o perdão.
“As diferenças nos atraem no início, mas podemos nos encontrar em problemas de relacionamento quando tentamos mudar essas diferenças mais tarde. Aprender a compreender e aceitar as maneiras pelas quais você é diferente é a chave para criar uma conexão e um amor duradouros.” — John M. Gottman
O amor também é mais calmo, estável e duradouro.
Estabelece vínculos de amizade, companheirismo e confiança.
A atração se mantém, mas agora ela se manifesta por indícios que vão além da libido.
Quando duas pessoas se amam, elas apreciam a companhia uma da outra, mesmo que não estejam fazendo nada especial. Elas se sentem bem compartilhando o silêncio.
“Talvez seja verdade que não existimos realmente até que haja alguém lá para nos ver existindo, não podemos falar corretamente até que haja alguém que possa entender o que estamos dizendo em essência, não estamos totalmente vivos até que sejamos amados.” — Alain de Botton
Os hormônios continuam atuando!
Porém, agora, as protagonistas da “química do amor” são as endorfinas, que geram ligação de longo prazo.
Enquanto paixão é vício, o amor é afeto.
É admiração, empatia. Respeito pela individualidade e identidade do parceiro.
“Se você estiver disposto a ser honesto sobre quem você realmente é e ter a mente aberta sobre quem é seu parceiro, seu relacionamento ficará mais forte. Seu entendimento um do outro será mais profundo. Sua vida juntos será mais feliz.” — John M. Gottman
Quando há amor, não se vive pelo outro. Mas com o outro.
Existem projetos de futuro e ambos estão dispostos a fazer concessões para que possam andar na mesma direção.
Paixão é entusiasmo. Amor é alegria.
Sugestão de leitura: Atos de gentileza: 38 atitudes que vão melhorar seu humor e seus relacionamentos
Amor e paixão: em que fase do relacionamento você está?
Leu todas as características de amor e paixão? Sabe dizer o que você está sentindo neste momento?
No fim, pouco importa. Desde que lembre que é você quem decide em qual desses sentimentos vai apostar.
Prefere ser guiado pela paixão? Ótimo! Apenas se acostume com relacionamentos menos duradouros.
Decidido a dar uma chance ao amor? Perfeito também! Só não espere uma lua de mel eterna.
Não há certo e errado. O que existe são escolhas.
Livros sobre amor e paixão
Interessado em se aprofundar no assunto? Confira os títulos abaixo:
A química entre nós: amor, sexo e a ciência da atração
Por Larry Young (Autor) e Brian Alexander (Autor). Editora BestSeller.
Com base na neurociência e psicologia, o livro revela o amor, a paixão, os ciúmes e a infidelidade sob o ponto de vista científico.
“Como o amor começa? Como dois indivíduos podem chegar à conclusão de que não apenas seria bom dividirem o mesmo teto, como também de que eles precisam fazer isso? Como um homem pode afirmar que ama sua esposa e, ainda assim, traí-la? Por que alguns continuam em seus relacionamentos mesmo após o fim do romance? Como é possível se apaixonar pela pessoa ‘errada’? Por que temos um ‘tipo’ que nos atrai?
A noção de amor como ‘mistério’ está tão impregnada na imaginação humana que talvez seja nosso mais antigo clichê. Mais cedo ou mais tarde, todos nós ficamos espantados com a maneira impressionante como nosso comportamento pode mudar quando o amor chega. O neurocientista e professor de psiquiatria na Emory University School of Medicine Larry Young, e o jornalista Brian Alexander nos ajudam a desvendar esse mistério e provam que o amor não é tão complicado assim…
Contando com histórias reais e pesquisas do mundo todo, A química entre nós é uma ousada tentativa de compilar tudo o que a ciência diz sobre amor, paixão e sexo.
Se você tem vontade de ter um melhor entendimento intelectual sobre o assunto ou apenas tem uma curiosidade pessoal do porquê você e seu parceiro agirem da forma como agem, A química entre nós é uma ótima aula sobre amor e todos os seus mistérios.”
— Trecho da sinopse do livro, disponível no site do Grupo Editoral Record.
Neurociência do amor: entenda como funciona o coração apaixonado
Por Fernando Gomes Pinto. Editora Academia.
Outro título pautado pela ciência! O autor — neurocientista e professor livre-docente de neurocirurgia na USP — descreve vários aspectos da química da paixão e do amor. A partir das explicações sobre o funcionamento do cérebro (e neurotransmissores), propõe, também, dicas de relacionamento.
Os sentidos da paixão
Organizado por Adauto Novaes (vários autores). Editora Companhia das Letras.
“O conceito de paixão na história, na literatura, na música, na psicanálise, no cinema, nas artes plásticas, na política e na filosofia, discutido em ensaios de intelectuais brasileiros e franceses. Coletânea resultante de curso livre promovido pela Funarte.
[No livro] alguns dos mais brilhantes intelectuais brasileiros discutem desde o amor em Platão até a paixão em Pasolini, passando por Freud, Walter Benjamin e Clarice Lispector, o que só comprova a riqueza de um tema que até então não havia sido objeto de um debate interdisciplinar e aprofundado.”
— Trecho da sinopse da coletânea, disponível no site da Companhia das Letras.
O que faz o amor durar? Como construir confiança e evitar traição
Por John Gottman e Nan Silver. Editora Fontanar.
Há 4 décadas, o Dr. John Gottman dedica-se à pesquisa de estabilidade conjugal e previsão do divórcio. A seriedade de profundidade de seus estudos lhe garantiu prestígio internacional e diversos prêmios.
Com linguagem acessível, nesse título, ele fala sobre as fases do relacionamento. Aponta erros comuns (que prejudicam a longevidade das relações). Mas também identifica os comportamentos positivos e habilidades que podem ser desenvolvidas, colaborando para relações saudáveis e duradouras.
Do amor
Por Stendhal. Editora L&PM.
“De onde surge o amor? O que transforma um sentimento de simpatia numa paixão avassaladora? O que acontece com quem é presa de tal fenômeno? E qual o papel do ciúme?
Partindo de tais questionamentos e de sua própria história pessoal (mais especificamente uma desilusão amorosa), Stendhal (1783-1842) escreveu, em 1820, Do amor, a um só tempo uma fisiologia da paixão e uma confissão íntima.”
— Trecho da sinopse do livro, disponível no site da L&PM.
Ensaios de amor
Por Alain De Botton. Editora L&PM.
Escrevendo em primeira pessoa, o filósofo Alain De Botton usa uma narrativa muito prazerosa para falar de paixão, amor, fim de relacionamento — e início de novos ciclos.
Paixão crônica
Por Martha Medeiros. Editora L&PM.
“Amor, paixão, desejo, traição, separação. Martha Medeiros, uma das cronistas mais lidas do país, sempre foi uma excepcional observadora desses ambíguos sentimentos que pontuam a experiência humana.
A presente antologia reúne os melhores textos de seus 20 anos de carreira sobre amor e dor, sexo e homens, mulheres e assemelhados — e renova nossa disposição para amar e ser amado.”
— Trecho da sinopse do livro, disponível no site da Editora.
Paixão e amor no cinema
Relacionamentos de amor e paixão são matéria-prima de inúmeras obras do cinema.
Veja, na lista abaixo, alguns títulos emblemáticos:
1. As Pontes de Madison (1995)
Filme dirigido por Clint Eastwood, que também assume um dos papéis principais, ao lado da atriz Meryl Streep.
A história se passa nos anos 1960 e retrata um romance intenso, de 4 dias, vivido por uma dona de casa e um fotógrafo, de passagem pela cidade onde mora.
Esse resumo rápido, de forma alguma, faz justiça ao filme. Se você deseja ler uma resenha mais apurada, sugerimos o texto As Pontes de Madison ou se a mágica pudesse ser vista, de Gabriel Rodrigues de Mello, disponível no site Persona (mantido por alunos e professores da Unesp).
2. Closer: Perto Demais (2004)
Dirigido por Mike Nichols. Estrelado por Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e Clive Owen.
Diferentes faces da paixão e amor aparecem, literalmente, do início ao fim da história.
A psicanalista Sílvia Marques escreveu uma resenha crítica sobre o filme, publicada no site Obvious. Para acessar, clique aqui.
3. Antes da Meia-Noite (2013)
Com direção de Richard Linklater, Antes da Meia-Noite encerra a trilogia que teve início em 1995, com Antes do Amanhecer, seguida por Antes do Pôr do Sol (2004).
É interessante assistir aos 3 filmes — todos protagonizados por Ethan Hawke e Julie Delpy — pois, na passagem do tempo, o relacionamento também se transforma.
Ideal para refletir sobre a paixão e amor, que trazem suas belezas mas, também, seus inevitáveis desafios.
Alessandro Giannini faz uma bela análise do filme em “Antes da Meia-Noite” encerra com maturidade trilogia sobre relacionamentos.
Há muita conexão entre o que pontuamos neste texto, em especial sobre o amor, com o enredo do filme. Se ainda não assistiu, fica a sugestão!
Leia também: Brigas conjugais: 5 principais causas — e como evitá-las
Luana Nodari
Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356
Este post tem 6 comentários
Ótimo texto, sou um homem apaixonado, e amo, ao mesmo tempo, isso é possível pelo fato de ser por mulheres distintas.
Olá Roberto,
Que bom que gostou do texto.
Se apaixonar é um ótimo remédio para superar as dificuldades do dia a dia.
Com palavras simples e sem enrolação as diferenças vieram a tona…demais!
Obrigada por compartilhar seu comentário!
Fico muito feliz ao saber que você gostou do texto!
Adorei o site me abriu os olhos e minha mente tem bons artigos
Vou compartilhar com outras pessoas que também precisam
Oi, Roberta!
Fico muito feliz ao saber que você gostou do blog!
Agradeço muito a gentileza de seu comentário.
Seja sempre bem-vinda por aqui!