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Qual a diferença entre síndrome do pânico e ansiedade?

Síndrome do pânico e ansiedade: quais as diferenças, sintomas e tratamentos para essas condições?

Neste post:

diferença entre síndrome de pânico e ansiedade
Ataques de pânico podem ocorrer sem um gatilho, enquanto a ansiedade ocorre em resposta a situações estressantes ou ameaçadoras. 

Diferença entre pânico e ansiedade

As principais diferenças entre síndrome do pânico e ansiedade são percebidas nas causas (gatilhos) das condições, na intensidade dos sintomas e no tempo de duração das crises.

Enquanto a ansiedade é uma resposta física e emocional a situações que provocam insegurança, o ataque de pânico ocorre sem motivo específico.

O termo “pânico” expressa, justamente, a sensação de total descontrole frente ao evento inesperado, que se assemelha à experiência de morte iminente.

Os sintomas da crise de pânico são intensos e tendem a atingir o pico em 10 minutos, desaparecendo gradualmente.

Contudo, é possível que a pessoa tenha vários ataques seguidos, prolongando o pânico por até 1 hora.

Já a ansiedade pode ocorrer durante longos períodos, mas com sintomas menos agressivos.

Sintomas da síndrome do pânico e ansiedade

De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) o ataque de pânico é “um episódio repentino de intenso medo que desencadeia reações físicas graves, quando não há perigo real ou causa aparente” e se faz acompanhar por, pelo menos, 4 dos seguintes sintomas:

  • palpitações ou batimentos cardíacos acelerados;
  • tontura ou desmaio;
  • ondas de calor ou calafrios;
  • dor no peito;
  • náuseas ou cólica abdominal;
  • sensação de falta de ar ou asfixia;
  • tremores;
  • suor excessivo;
  • dormência ou formigamento das extremidades;
  • desrealização (sentimentos de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se fora de si mesmo);
  • medo de perder o controle ou enlouquecer;
  • medo de morrer.

É importante esclarecer que sofrer um ataque de pânico não significa que a pessoa desenvolverá a síndrome.

O que configura o transtorno de pânico é a recorrência dos episódios, somados à preocupação persistente de vivenciar novos ataques e adoção de comportamentos desadaptativos — como evitar lugares, situações sociais e atividades cotidianas — em função de tal receio.

A ansiedade, por sua vez, é caracterizada por um conjunto de sintomas que inclui:

  • irritabilidade;
  • pensamentos acelerados;
  • dificuldade de concentração;
  • preocupação excessiva;
  • agitação (manifesta por meio de sinais físicos como mãos trêmulas, respiração ofegante, sudorese, aceleração cardíaca e boca seca);
  • fadiga constante;
  • distúrbios do sono;
  • tensão ou dores musculares.

Enfrentar crises de ansiedade diante de momentos estressantes é absolutamente normal.

Contudo, quando os sintomas ansiosos se tornam muito frequentes — atrapalhando a rotina e comprometendo a qualidade de vida — deve-se percebê-los como um sinal de perigo à saúde mental.

Se esse for o seu caso, procure por um psicólogo para que seu quadro seja avaliado corretamente.

Ataque de pânico ou crise de ansiedade: como lidar

ataque de panico ou crise de ansiedade
Experimente técnicas de terapia para lidar com um episódio de pânico ou ansiedade.

Diante de crises de pânico e ansiedade, devemos buscar estratégias que proporcionem alívio dos sintomas.

Para tanto, o primeiro passo é reconhecer o que está acontecendo no corpo e na mente.

A consciência do problema é salutar para que as próximas medidas sejam viabilizadas, trazendo gradual calma e retomada do controle.

Assim que identificar os sinais de está passando por um episódio de pânico ou ansiedade, experimente os seguintes recursos:

1. Respire profundamente

O controle da respiração é um dos modos mais efetivos de atingir relaxamento físico e mental.

Ao se sentir agitado ou hiperventilando, inspire o ar contando até 4 e segure por um instante. Depois, expire, contando até 4 novamente.

Repita esse procedimento quantas vezes for necessário, até notar que está respirando num ritmo mais regular e profundo.

2. Feche os olhos

Será mais fácil manter o foco na respiração se você restringir os estímulos exteriores.

Nesse sentido, também é interessante procurar um lugar tranquilo, onde possa se isolar de ruídos.

3. Distraia sua atenção

Outra opção é usar os estímulos sensoriais a seu favor.

Para que a técnica funcione, desvie sua atenção para a análise o ambiente.

Você pode localizar um objeto próximo e se fixar nele, descrevendo-o minuciosamente para si mesmo. Observe padrões, cores, tamanhos, texturas e formas do item.

Como alternativa, também é útil criar uma sequência de percepções, instigando os 5 sentidos a:

  • identificar 5 objetos que estejam próximos ao olhar;
  • tocar em 4 texturas diferentes;
  • discernir 3 sons ou ruídos presentes no momento;
  • encontrar 2 coisas que possam despertar o olfato;
  • notar 1 elemento que estimule a memória do paladar.

A ideia é que você possa afastar os pensamentos ansiosos e o medo avassalador, interrompendo-os com um “conteúdo alternativo”.

Quem sofre com a síndrome do pânico e ansiedade sabe que, na ocasião das crises, é difícil travar um diálogo interno positivo. É por isso que concentrar a atenção no exterior surge como uma saída.

4. Relaxe seus músculos

Para começar, detenha-se nos dedos dos pés ou das mãos, conduzindo movimentos de alongamento por todo o corpo.

O ideal é que, se você tem síndrome do pânico ou ansiedade, não espere a ocorrência de crises para praticar o relaxamento muscular.

Faça desse exercício um ritual cotidiano!

5. Faça uma contagem regressiva

Ao perceber os sintomas de uma crise de pânico ou ansiedade, conte de 100 a 1 (ou até se sentir mais calmo). A tática ajudará a distrair sua mente dos pensamentos negativos.

6. Fique de pé

Quando estamos ansiosos, tendemos a nos curvar (por instinto de proteção).

Interrompa essa reação ficando de pé, com os ombros para trás — ou sente-se, mantendo pés afastados e peito aberto.

7. Cheire óleo de lavanda

O aroma tem propriedades tranquilizantes. Você pode usar o óleo essencial de lavanda em difusores, na pele ou apenas inalar o cheiro no frasco.

8. Ouça uma música relaxante

Segundo neurocientistas do Reino Unido, a música “Weightless”, de Marconi Union, é capaz de reduzir a ansiedade em até 65%!

Remédio para síndrome do pânico e ansiedade

Medicamentos podem ser prescritos por um psiquiatra para ajudar no tratamento de síndrome do pânico e ansiedade.

Apenas a partir da avaliação profissional é possível encontrar o remédio adequado.

Contudo, independente do uso de fármacos, é imprescindível contar com acompanhamento psicoterapêutico — a fim de melhor gerenciar possíveis causas do mal-estar e, principalmente, desenvolver habilidades de enfrentamento.


Para obter mais informações sobre síndrome do pânico e ansiedade confira o conteúdo que compartilhamos em nossas redes sociais.

psicóloga Vila Mariana Luana Nodari

Luana Nodari

Psicóloga na Vila Mariana
Atende adolescentes e adultos,
através da Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP: 06/112356


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Sobre a Luana

Luana Nodari é Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Compotrtamental (TCC) pela PUC e especialista em Neuropsicologia pelo IPqHC da USP. 
Possui outras formações em áreas da Psicologia e Neuropsicologia em universidades nacionais e internacionais. 

Atualmente, faz atendimentos particulares em sua clínica no bairro da Vila Mariana em São Paulo/SP, nas modalidades presencial e online | CRP 06/112356.